quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O hermafrodita

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EPITAPHIUM CATHARINÆ PUELLÆ ORNATISSIMÆ

Hoc jacet ingenuæ formæ Catharina sepulcro;
Grata fuit multis scita puella procis.
Morte sua lugent cantus lugentque choreæ,
Flet Venus, et mœsto corpore mœret Amor.



EPITÁFIO DE CATARINA, MENINA ELEGANTÍSSIMA

Aqui jaz Catarina, de belas formas. A graciosa menina foi querida a muitos amantes. Com a sua morte, estão de luto os cantos e as danças; Vénus chora e, com o corpo dolente, chora o Amor.



LAUS AURISPÆ AD COSMUM

Si quis erit priscis æquandus, Cosme, poetis,
Et si cui Phœbus Pieridesque favent,
Si quis cum loquitur vel splendida facta reponit,
Mercurium jures ejus ab ore loqui,
Quive alios laudet, cum sit laudabilis ipse,
Quive hedera merito tempora nexa ferat,
Si quis erit linguæ doctus Grajæ atque Latinæ,
Si non Aurispa est hic, periisse velim.
Quisquis in hoc mecum non senserit, arbiter æquus
Non fuit, aut certe Zoilus ille fuit.


ELOGIO DE AURISPA, A CÓSIMO

Se há quem merece, ó Cósimo, ser comparado aos poetas antigos, se há alguém que Febo e as Piérides favorecem, se há quem conta e canta feitos grandiosos, de tal modo que tu jurarias que Mercúrio fala pela sua boca, que louva os outros, ele que merece todos os louvores, e que tem as suas têmporas cingidas de hera por direito próprio; se ele é douto nas línguas Grega e Latina, se essa pessoa não é Aurispa, eu que morra!
Quem não pensar como eu, não pode ser justo juiz, ou então será com certeza Zoilo.


De:
Hermaphroditus, de Antonio Beccadelli (Palermo, 1394 – Nápoles, 1471), dito o Panormita, isto é, Palermitano

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