segunda-feira, 11 de julho de 2011

O CAPÍTULO GERAL DOS FRANCISCANOS


-------------
------------
-------------

Tinha a Fama veloz passado os mares
Levando a nova a diferentes Lares,
Que morto fora em tantos de tal ano
O Venerável chefe Franciscano.
Chama-se a votos toda a Fradaria
Para aclamar em plena Confraria
Um digno sucessor viripotente,
Capaz de governar fradesca gente.
Em Toledo em Capítulo chamados,
São os robustos Frades deputados.
O Capitulo enfim já começava,
Quando vermelho Frade assim falava:
Vós, dignos pedestais da Fradaria,
Que fazeis dominar a Momeria,
Que tendes por herdade, e sois os donos
Do direito Feudal dos Cus e Conos;
Vós que vindes aqui ao Candidato
Com as vãs pretensões de ser Prelado,
Não vos fieis debalde nos talentos,
Que isso seria dar razões aos ventos:
Quem quiser aspirar a ser Prelado
Não deve por talentos ser julgado
Seja ele embora da mais sábia raça
Por São Francisco mesmo não há graça.
Se não apresentar grande Caralho,
Perde agora o seu tempo, e o seu trabalho.
Quem melhor o tiver será Prelado,
e seja este da escolha o ponto dado.
Demos pois a nós outros novo lustre,
Escolhendo o Caralho mais ilustre.
Preparai-vos, oh Padres, neste instante
A mostrar-nos o ceptro fornicante;
Dos Marzapos brutais a reverência;
Vejamos quem terá a pr’eminência.
Então mostrando o seu lhes diz choroso;
Vede o sinal funesto, mas famoso;
Ainda que cortada meia pica,
P’ra ser Geral, ah vede o que me fica!
Ela é boa, meus Padres; segundo acho,
Seu aspecto bisonho é bem de macho.
De zelo transportado um Frade santo,
Chega pertinho a ver prodígio tanto.
Depois de examinado o tal corisco,
duas vezes jurou por São Francisco,
Frei Tapacú , que o Velho mal julgava;
Com um ar de desprezo assim falava:
Eu juro pela braga Franciscana, a
Que o velho Santarrão aqui se engana;
Frei Tassalho, segundo o rito usado,
Não tem porra capaz de ser Prelado
Com a dextra a sotaina levantando,
Na esquerda a porra enorme sopesando,
Bem digna de fazer, em todo o estado,
Feliz quem possuísse um tal bocado,
Grosso, e vermelho, dura qual o corno:
Eis, diz ele, um caralho, feito ao torno;
Não aquele que mostra Frei Tassalho.
Bem pode sem bazófia meu caralho
Doze vezes fazer o cono em borra,
Sem que nas seis se desencaixe a Porra.
A Fradaria riu-se do argumento,
Quais palavras que leva o rijo vento;
O frade desespera da risada,
E bate com tal força uma pancada
Com a ponta da Porra no sobrado,
Que o Concílio ficou todo assombrado
Admiram-te a porta altipotente,
Diz a Frei Tapacú o Presidente:
Sinta um pouco esse nobre entusiasmo,
Qu’essa Porra brutal nos faz um pasmo.
Um Caralho tão grande e tão grosseiro,
Qual raio faz tremer todo o Mosteiro.
A sua vez virá de ser medido,
E se for o maior será pref’rido.
Padre Examinador, comece a roda;
Com ordem seguirá a chusma toda.
Sejam todos medidos na grandeza,
Na forma, na figura, e na beleza;
Não escapando nada no tal Nabo
Que não seja apontado até ao rabo.
Que cada qual enfim mostre o que pode,
E o prémio seja dado a quem mais fode.
Findou o tal exame de pancada,
ficando a resol’ção inda empatada.
Frei Fura-cono, e Frei Escalda-rabo
Duvidam entre si o maior Nabo.
Na Porra igual valor mostram os Frades,
Nos Colhões mesma força e qualidades.
Fica o caso em Concílio reservado,
A qual dos dois s’elegerá Prelado.
Para tirar os Frades da incerteza,
Exp’rimente cada um sua presteza;
Tragam aqui Rapaz, e Rapariga,
Para em tudo cumprir a Regra antiga.
Veja-se qual dos dois d’estes Marzapos
Porá o Cono e Cú em mil farrapos;
Qual dos dois na fodenga é mais mestraço,
Ou na frase Fradesca, mais Cachaço.
Findou enfim a regular Visita.
Eis vem Rapaz, e Moça bem bonita,
Bela qual fresca rosa em Primavera,
Onde Amor com prazer ali impera.
Os Frades só de vê-la se arreitaram,
Os Marzapos as bragas arrombaram.
Dá sinal o Geral a Fura-cono,
Que salta sobre a Moça como um mono.
Foi dito e feito em cima d’um estrado,
Que fora para o efeito preparado.
A burrical Linguiça lhe pespega
Obtendo à força quanto Amor lhe nega,
Na vítima que jaz ali prostrada,
Promta a sofrer a horrenda Caralhada,
E qual o Vencedor, que a palma ganha,
Em langonha e prazer a Porra banha.
Doze fodas lhe dá o Frade logo,
Sem que em uma só vez errasse fogo.
O Caralho sacando do Besbelho,
Mostra a Moça loiríssimo Pentelho,
Nevadas Bimbas, que o Coninho esconde,
Crica beiçuda que o pudor confunde.
O Caralho do Frade erguendo a testa,
Pede nova fodenga, e nova festa;
Com luxúria escumando livremente
Entra no cono estreito de repente.
Mostra em segundo ataque o tal Fradinho,
Que Marzapo arreitado abre caminho;
Não podendo passar além do rabo,
O Cono borra com licor do Nabo.
Tem Fura-cono, ilustre Candidato,
Todos os votos para ser Prelado.
Segue de Tapacú a sua vez,
Qu’em uma só pancada fode dez
Com três golpes de cú mostrou o Frade
Do São Francisco a rara qualidade.
Ficou a Moça desmaiada em pranto;
Que tal pode da Porra o furor tanto!
Trocam-se em ais os choros da Donzela;
Qu’o foder electriza a Moça bela.
O Frade fodilhão, qual trovoada,
Dos diques genitais abre a enxurrada.
Avante sem parar no cono ardente
Doze vezes soltou a grossa enchente.
Findadas doze cuida a Fradaria
Que a proeza do Frade acabaria:
Eis que voltando da Moçoila a faixa
Vermelha Porra pelo Cú lhe encaxa;
Duas fodas lhe dá, quando acabando,
O Caralho do cu saca pingando.
Em seu favor os votos tem o Frade
Da potente fodaz Comunidade.
Eis quando se lhe opõe o Frei Tassalho,
Com dentes no saial, mão no Caralho,
E com voz de trovão assim falava
Ao Concílio fodaz que já votava:
Para a escolha em questão eu tenho parte,
E a pretendo impugnar, juro por Marte;
Não é tão grande, padres, meu caralho;
Mas para fornicar, eis, Frei Tassalho:
A prova é esta, dou-lhes Sóta e Ás,
Começando a foder este rapaz.
Do noviço as calcetas abaixando,
Vai o Cú do Rapaz patenteando,
E sem cuspir em cima, encaixa a Porra;
No rego culatral dá suja borra.
As mãos bate a sórdicla Quadrilha,
Cuidando ser milagre ou maravilha.
O Frade, sem perde razão ou tino,
Fura sem dó o vaso masculino;
Dizendo foderá ali um ano
Sem que jamais do Cú tirasse o Cano.
Fodeu o Santarrão no tal traseiro
Por seu próprio gosto um dia inteiro.
Os votos recolheu o Presidente;
Foi Frei Tassalho eleito plenamente
Quando um Frade taful, barrando a estrada
Saída nega a toda a canalhada;
Dizendo; que nenhum Geral seria,
Sem primeiro mostrar que foderia
Quarenta vezes tanto em Cu e Cono,
Em honra do convento e do Patrono;
Protestando apelar d’este Concilio
Por um erro maior que do sigilo:
Pretendo dar as provas do argumento,
Fodendo d’alto a baixo este convento.
Inda pois que o Capitulo murmura
hei fodê-lo através da fechadura.
Com pé atrás, e com a Porra alçada,
Os Frades vai pilhar nesta cilada.
A confraria assenta que convinha
Se apresentasse o Cú a quanto vinha.
Tantos que saem, quantos vão fodidos.
Nem mesmo os Velharrões são excluídos.
O Frade por detrás a todos fode,
Fazendo dos seus Cus barbas de bode;
E a todos fornicou com força tal,
Que não podem negar-lhe o ser Geral.

Atribuído a José Anselmo Correia Henriques (1777-1831)