DE ASELLO
Ad cenam sponsus ueterem inuitauit Asellum,
Cui nullus toto corpore sanguis erat.
Hic grandem pro se natum delegat, opusque
Quid factu et quali cum ratione docet.
Aulam ipsam quadam cum maiestate subintra:
Saepe recusato membra repone loco.
Si comedant, saltent, cantent, haec onmia, Nate,
Fac, ut honestatis non uideare rudis.
Cui Natus, futuant si forte, quid? id mihi manda.
Atque istic subito, dixit Asellus, ero.
Cui nullus toto corpore sanguis erat.
Hic grandem pro se natum delegat, opusque
Quid factu et quali cum ratione docet.
Aulam ipsam quadam cum maiestate subintra:
Saepe recusato membra repone loco.
Si comedant, saltent, cantent, haec onmia, Nate,
Fac, ut honestatis non uideare rudis.
Cui Natus, futuant si forte, quid? id mihi manda.
Atque istic subito, dixit Asellus, ero.
O ASNO
Um noivo convidou para o banquete um asno velho.
Que já não tinha um pingo de vigor em todo o corpo.
Este envia em seu lugar um filho crescido, e ensina
O que ele deve fazer e de que modo:
“Entra no palácio com certa majestade:
Retira as patas dos lugares proibidos.
Caso eles comam, dancem, cantem, faz tudo isso, filho,
Para não pareceres de comportamento grosseiro.”
O filho perguntou ao velho: “Caso eles fodam, que faço?” “Avisa-me disso
Que já não tinha um pingo de vigor em todo o corpo.
Este envia em seu lugar um filho crescido, e ensina
O que ele deve fazer e de que modo:
“Entra no palácio com certa majestade:
Retira as patas dos lugares proibidos.
Caso eles comam, dancem, cantem, faz tudo isso, filho,
Para não pareceres de comportamento grosseiro.”
O filho perguntou ao velho: “Caso eles fodam, que faço?” “Avisa-me disso
E num instante”, disse o asno, “estarei lá”.
António de Gouveia
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