sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O hermafrodita

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LAUS ALDÆ

Alda, puellarum fortunatissima, gaude:
Vincitur omnipotens igne Cupido tuo.
Alda Deos omnes specieque et moribus æquat;
Sit minime mirum, si capit Alda Deos.


ELOGIO DE ALDA

Alda, a mais bela das meninas, alegra-te, o omnipotente Cupido está vencido pela tua chama. Alda, pela sua beleza e costumes, iguala todos os deuses: não é espanto nenhum que Alda seduza os deuses.




DE VILLICO STULTO, ALDAM BASIANTE

Porticus ingentem facie dum sustinet Aldam,
Villicus incautæ basia rapta dedit.
Hunc vulgus stolidum credit, sed stultius illo est
Vulgus. Me miserum, quam bene, stulte, sapis!
Quum liceat stultis impune suavia nymphæ
Figere, Dii facerent, stultus ut ipse forem.


SOBRE UM VILÃO ESTULTO QUE BEIJAVA ALDA

Enquanto um carregador levanta Alda, de largo rosto, um vilão, sem ela dar conta, deu-lhe um beijo às escondidas. O povo julga-o maluco, mas bem mais maluco é o povo. Pobre de mim, como és esperto, ó estulto! Pois se aos doidos é permitido beijar impunemente as ninfas, fazei, deuses, que eu seja como aquele estulto!



LAUS ALDÆ

Aldæ oculi legere domum Charitesque Venusque,
Ridet et in labiis ipse Cupido suis.
Non mingit, verum si mingit balsama mingit;
Non cacat, aut violas, si cacat, Alda cacat.


EM LOUVOR DE ALDA

As Graças e Vénus escolheram para morada os olhos de Alda, nos seus lábios ri Cupido em pessoa. Ela não mija, ou, se mija, ela mija perfume; ela não defeca ou, se defeca, ela defeca violetas
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De:
Hermaphroditus, de Antonio Beccadelli (Palermo, 1394 – Nápoles, 1471), dito o Panormita, isto é, Palermitano

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