sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O ASNO

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--------------------DE ASELLO

Ad cenam sponsus ueterem inuitauit Asellum,
---------Cui nullus toto corpore sanguis erat.
Hic grandem pro se natum delegat, opusque
---------Quid factu et quali cum ratione docet.
Aulam ipsam quadam cum maiestate subintra:
---------Saepe recusato membra repone loco.
Si comedant, saltent, cantent, haec onmia. Nate,
---------Fac, ut honestatis non uideare rudis.
Cui Natus, futuant si forte, quid? id mihi manda.
---------Atque istic subito, dixit Asellus, ero.


-------------------------O ASNO

Um noivo convidou para o banquete um asno velho
---------Que já não tinha um pingo de vigor em todo o corpo.

Este envia em seu lugar um filho crescido, e ensina
---------O que ele deve fazer e de que modo:
“Entra no palácio com certa majestade:
---------Retira as patas dos lugares proibidos.

Caso eles comam, dancem, cantem, faz tudo isso, filho,
---------Para não pareceres de comportamento grosseiro.”
O filho perguntou ao velho: “Caso eles fodam, que faço?” “Avisa-me disso
---------E num instante”, disse o asno, “estarei lá”.


ANTÓNIO DE GOUVEIA (1510?-1566)

Tradução de Ricardo da Cunha Lima, na Tese de Doutoramento apresentada à Universidade de S.Paulo em Agosto de 2007, sobre o tema "A presença clássica na poesia neolatina do humanista português António de Gouveia", online.

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