sexta-feira, 27 de abril de 2018


TRANSITGESCHICHTEN, de Lilli Brand

             Deutsche Verlags-Anstalt
             München
             2004
             ISBN 3-421-05828-8




Comprei este livro já há alguns três ou quatro anos, mas na altura não tinha conhecimentos de Alemão para o ler. Peguei nele há dias e tive a satisfação de o ler com poucas consultas de dicionário em dois dias.
O “trânsito” do título é a emigração (neste caso de jovens mulheres) de um país para outro para melhoria de vida.
Lilli Brand nasceu em 22 de Julho de 1974 em Kasatina, na Ucrânia, com o nome de Ludmila Nikolajewna Ischtschuk. A sua mãe era engenheira dos caminhos de ferro  e o seu pai, condutor de locomotiva. Os seus pais separaram-se pouco depois do nascimento dela.
Saiu de casa, após os estudos liceais. Em 1991, obteve um diploma de parteira na Faculdade de Medicina de Winniza. No semestre de 1993/1994, passou para Kiew, com a intenção de aí estudar Medicina.
Tinha grandes dificuldades de dinheiro, pois os seus pais não tinham possibilidades de a sustentar nos seus estudos. Nessa altura, frequentou os pretos que estudavam em Winniza e recebiam altas mesadas de seus pais ou de seus Governos.
Como muitas outras raparigas, decidiu partir para a Alemanha. As raparigas que vinham do Leste tinham duas soluções para sobreviver e obter documentos legais para permanecer na Alemanha: ou iam cuidar de crianças como au pair (ou baby sitter)ou entravam na prostituição. Neste último caso, o meio mais seguro de obter a autorização de residência era fazer um casamento de conveniência  com um alemão (Schneemann) a quem pagavam uns milhares de marcos para isso. Foi assim que ela encontrou um Senhor Brand, com quem casou e  de quem teve o nome dali em diante.
Em 1999, conheceu ela uma pessoa que, desde então, tem sido muito importante na vida dela, o jornalista Helmut Höge (n. 18-10-1947, agora reformado) que escrevia no Tageszeitung. É ele que escreve o postfácio deste livro. Sobretudo, foi ele que corrigiu e possivelmente ajudou a redigir os artigos que ela publicou  no Tageszeitung até 2004, cuja lista coloco a seguir. Esses artigos foram depois reproduzidos no livro quase ipsis verbis. De facto, seria impossível para ela escrever tão bem o livro sem a ajuda dele, tanto mais que o jornalista diz que ela falava um Alemão quase perfeito. Este facto levanta a questão de saber por que é que o livro não aparece como escrito em co-autoria: foi generosidade do jornalista ou este não quis misturar o seu nome com a vida dos bordéis?

O livro fala de um Mundo Cão da exploração sexual das raparigas do Leste que mais cedo ou mais tarde passam pelo inferno da droga, tal como sucedeu à autora.


Pag. 140
Aufs Zimmer gehen

Der Philosoph Michel Foucault  hat einmal gesagt: “Die Einzigen , die wirklich was über die männliche Sexualität wissen, sind die Prostituierten“. Nun denn – in der Reihenfolge meiner Erinnerung.
Es begann im „Evi Club“ am Stuttgarter Platz. Das Lokal wurde viel von portugiesischen Bauarbeitern frequentiert. Manchmal war der ganze Flur voller Männer und es war so verqualmt, dass man kaum etwas wehen konnte.  Mit einem der Portugiesen hatte ich mehrmals zu tun. Er war sehr nett, konnte aber kaum Deutsch, sodass er  mir nicht erklären konnte, was er wollte. Er legte  sich einfach nackt aufs Bett und ließ mich machen. Alles was ich tat, war anscheinend  das Richtige. Es war das Übliche: Gummi überstreifen, blasen, auf ihn raufsteigen, sich hin und her bewegen – und fertig.


TRADUÇÃO

Ir para o quarto

Foi o Filósofo Michel Foucault quem disse: “As únicas pessoas que conhecem verdadeiramente a sexualidade masculina são as prostitutas”. Então, continuando as minhas memórias…


Tudo começou no “Evi Club” na Praça de Estugarda. O local era muito frequentado pelos trabalhadores portugueses da construção. Muitas vezes estava o corredor cheio de homens e era tanto o fumo que uma pessoa quase nada conseguia ver. Estive várias vezes com um dos Portugueses. Era um tipo simpático, mas nada sabia de alemão, e por isso não era capaz de me dizer o que é que pretendia. Assim simplesmente deitava-se nu na cama e deixava para mim tudo o que havia a fazer. Tudo o que eu fazia parecia estar certo. Era o habitual: enfiar a camisinha, mamar o coiso, subir para cima dele, mexer-me para cima e para baixo e, pronto, serviço feito. 



Comprei este livro já há alguns

sexta-feira, 20 de abril de 2018

JanelleBrown





Streamate, Camlive, Gfvlive, Wantlive, Camcitylive, Flingcam, Fuckcam, etc., etc.



JANELLEBROWN


Havia uma pequena de 23 anos que era web model, linda de morrer e certamente com formação universitária, pois falava correntemente inglês e espanhol e sabia umas coisas de italiano, francês e alemão. De nacionalidade, era búlgara. Usava o nome de guerra de Janellebrown.  Trabalhava para a Streamate que depois está ligada a dezenas se não centenas de sites. Como todas as meninas da Streamate, exibia-se ao vivo, mostrando mais ou menos do seu físico conforme lhe apetecesse, ou conforme lhe pagassem. Ficando em claro, seria paga em golds, dólares ou euros, conforme o país do espectador. Quem quisesse poderia clicar para obter uma exibição em privado (pvt) a que poderiam aceder vários espectadores que pagassem a tarifa estabelecida, ou então clicar para privado exclusivo, que teria uma tarifa mais elevada. A tarifa de um PVT não exclusivo pode ser 0,9, 1, 2, 3, 4, 5 ou mais dólares por minuto.
Mas a JanelleBrown, trabalhava ao mesmo tempo com outra firma cujo nome não me lembro que tinha uma opção adicional. A modelo tinha no corpo um estimulante erótico, ohmibod ou Lush Lovense cujo código de estimulação tinha fornecido a essa firma. Conforme o pagamento do espectador, assim a força do estímulo sexual que a firma atirava para cima da web model.
Ganhava muito dinheiro, não tinha namorado porque achava que seria desonesto da parte dela e fazia imensas sessões em privado. Era bem disposta e, por vezes, fazia umas brincadeiras mesmo com espectadores como eu, não conectados com o sistema, para quem eu era anónimo.

Não sei bem porquê, no final de Agosto de 2017, a Streamate correu com ela, com a promessa de que a contrataria de novo daí a 6 meses.

Passados uns dias, começaram a aparecer na Internet, fotografias dela, não apenas das sessões em claro, mas também de todas as sessões em PVT que ela tinha feito onde aparece, claro, em nu integral. Esses videos ou eram vendidos ou exigiam pagamentos prévios para serem copiados.

Regressou em Maio de 2018.
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Um episódio picaresco.

No início de Agosto de 2017, apareceu no contacto com ela um tipo com o nickname de Kimi que teve a lata de lhe pedir se queria acompanhá-lo numa viagem ao Dubai; convidava-a para jantar e depois dormirem juntos. O pedido não tinha qualquer sentido pois estas pequenas não querem relações pessoais, não dão números de telefone, nem endereços físicos ou de e-mail. 
Apanhei parte do diálogo, em que ela goza como uma perdida e o tipo tarda a perceber.

Kimi faz a proposta

Ela: woow!, such a nice offer!
Ele: Like it, bb (baby)?
Ela: Adoreeee it! Never got such an original offer. Can I see you? (Em PVT, há um Sistema de C2C.)
Ele: This is agree from your side bb
Ela: Only if I see you before and talk some details in private
Ele: Once meet to be more surprise
Ela: I bet there will
Ele: Details of what need bb
Ela: Cant say in here, the site sees us
Ele: you like cock bb and cum
Ela: In private, we get to be alone, so we can talk more there. I love it
Ele: Kiss you; On pussy. My lips are gold. I have real money, bb, Cash pay.

A coisa acabou aqui.








quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

ERICA FONTES





ERICA FONTES
é já uma das melhores actrizes porno da produtora HUSTLER VIDEO.


Doin’ blonde Coeds
Produção: Hustler Video
O episódio com Mark Zane e Erica Fontes é já repetido do vídeo Amateur Action #3.
O inglês dela tem ainda muito sotaque português e ela erra dizendo  “He don’t know”
Mas a performance dela é esplêndida, não esconde o prazer que sente.
Às tantas (ao minuto 9’ 22”), diz o parceiro dela entusiasmado, enquanto a monta:  “I love Portugal!”.
Pudera!


Barely Legal POV #14
Produção: Hustler Video
Realização: Dirty Dan
O parceiro dela é Chris Charming

A interpretação já não é tão boa. O parceiro é sádico e violento, como é típico dos filmes da Hustler.  Vê-se bem que o prazer dela é simulado. 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

A small penis


Hi, I'm Ant Smith and I have a small penis

Monday 17th March 2014

Shorty


 
I have a tiny cock
Like a crooked little finger
Everybody else's dick
Is inevitably bigger
If six inch as an average
Can truly be believed
Someone here in this room
Is twice the size of me
If you can do your algebra
Already you will know
Four inches is the maximum
My dick will ever go
For the engineers among you
I'll express my ratio
My little one inch wonder
Up to four times it can grow

 
My pubes are even longer
They make a comfy nest
With a little acorn sat
Upon the very crest
Rummage in my fly and
Wish that I were blessed
Searching frantically
I recover just the head
Get a little piss drip
Up on my finger tip
There's absolutely nothing there
For me to get a grip
If I sit to pee I must
Be wary of my jet
The angle of my dangle means
My trousers may get wet

 
He's got a little willy, a tiny baby dick
But at least he's got the balls, to admit to it!
Yes
He's got a little willy, a tiny baby dick
But at least he's got the balls, to admit to it!

 
I wank it with one finger
If you really want to know
And no I can't imagine
The feeling of deep throat
When I look down I can still
Clearly see my toes
But my little willy hides
Beneath my belly folds
Sometimes it is inverted
Even when it isn't cold
Like a little turtle
Inside of me it goes
Girls they like to tell me
It' such a cute surprise
Until I have to tell them I
Left the condom stuck inside

 
I'm hung like Mickey Mouse
I'm glad now to admit
For the greater pain exists
In propagating myths
According to the internet
Real men have massive dicks
And you are next to useless
If you're 'only' average
So if you're sat with five or six then
Feel the relief
You no longer have to hide it
In shame and misery
For I'm the living proof you've got
Way more than you need
For even with four inches
My, girl's in love with me

 
He's got a little willy, a tiny baby dick
But at least he's got the balls, to admit to it!
Yes
He's got a little willy, a tiny baby dick
But at least he's got the balls, to admit to it!




Whilst it is fortunately true in some respects that penis size doesn't matter, almost 50% of men suffer some degree of penis size anxiety - in this sense at least, it matters. There's plenty of re-assurance on offer, in terms of enlightened family or friends or survey statistics. But of course, most men with such concerns can't discuss them, and find reasons why the various assurances are invalid. No matter what is said, a man will always feed the anxiety. Assurances are hardly heard as he squirms in an embarrassment, only hoping the conversation will soon be over. Abstract facts simply wash off, because he REALLY DOES have a small penis. 99% of men with such anxiety have perfectly normal dicks. But when they hear this, every single one thinks 'I must be in the other 1%'. And it is in our nature to hold exceptional memories. It takes a hundred reassurances for one of them to stick, but only one perceived shortcoming to send you back to the start.

So by all accounts this city is packed with men worrying wrongly about their perfectly reasonable six inch dicks.

For some, it becomes debilitating. The psychological obsession is so strong that they develop all manner of inappropriate behaviours.Something in our culture keeps a lot of men destabilised in this way. Is that a surprise? Blame the porn industry, or whatever, but it is secrecy that always has the greatest power to create fear and subjugate people.

Of course, some well-endowed men are the opposite, flopping their meat out at any opportunity. Or taking jobs in porn which we know gives us a skewed visual history of dick size. The more the smaller guys with anxiety shy and hide away, the more skewed this view becomes. It's a vicious circle. It can only be broken by normalising our view of dicks - not by publishing abstract data, but rather by being prepared to be open, honest, and non-judgemental about dick size.

Of course it would be easy for a guy with a normal, or even a large dick, to say that.

But if a guy with just about 4 inches, at best, stands up and says 'compare with me', then the vast majority of men (
98.8%) are going to feel all the better. As will the guy with 4 inches, since we'll have reduced the overall perception of common dick size.

So I came to the conclusion that rather than my anxiety being justified (which, even though I am small, it isn't) my anxiety was adding to the problem. I was making it easier to believe that cocks don't REALLY come this small - leaving all those guys with 5 and 6 inches weeping needlessly.

And reinforcing their vulnerability, only increases my own.

Not that I am debilitated by a body dysmorphic illness. But my anxiety over my dick size is a companion in my life that visits me at least daily. Whether having a wank, or a piss, or casually confronted by an obvious bulge on the tube, a voice would say 'you inadequate little bitch'. Certainly my obsessive personality had ample fuel to distract me from life and redirect my energies down self-destructive routes. As well as the lost energy, there's the danger that at some point, in some way, this inner destructive submissiveness would bring me ruin.

So I did what it is best to do with all half buried truths. I set it free.

But rather than simply boring the world with another AA style proclamation ("Hi, I'm Ant Smith and I have a small penis") I tried to turn the draining negative energy into a creative, positive outlet - with my Poem.

As soon as I finished it I knew I had crafted exactly what I wanted to say. But I was seriously uncertain if I could ever let it see the light of day. I've made passing remarks on cock size in other works, skirting round the issue. It was clear to me that this was a poem that had been writing itself for a long time. It felt like an important piece. And I thought about my other work. The keen embarrassment that I had put my wife through with lyrics such as 'Spunky'. I realised immediately that a selective truth is no truth at all. That if I was to maintain my credentials as an artist, I could not bury this piece.

Of course I thought about my wife. Would she be embarrassed by my performing this? What would she think people would think of her for marrying such a man. But our discussion together didn't even touch on that, because I believe she understands the 'necessity within me'. And it is pretty clear that she loves me and my dick. Not despite my dick. In fact, it is only because my dull brain has started realise her assurances are true that I've even arrived at this point. For a man who used to get undressed in the dark, I've come a long way. Being able to write and perform this poem is, at least partially, a testament to my wife's love. How can I keep hating my crappy little dick when she loves it so?

Finally, I thought how important IS this piece. I did a google search for 'small dick poem' - 48m results but they quickly descended into a mire of Small Penis Humiliation porn links. I read a dozen or so poems on the subject. Most were derogatory pieces written by women with their own reasons. The remainder, bar one, could most kindly be called erotica. Just one other piece was written in celebration of cock, but not necessarily of and by an underendowed guy. I'm sure there are plenty of other examples out there but from a quick search, I think an honest and truly funny piece about a small cocked guy is certainly called for.

So I think this piece is socially important, important to my integrity, important to my marriage, largely novel and above all TOO DAMN FUCKING FUNNY.

I've never before questioned a poem so deeply. I'm glad to realise I take my work so seriously. I am resolved to perform this piece. I'm fascinated now to know the effect it may have. There may even be another blog post in it...

About the piece


For once I admit, this poem is autobiographical. I rarely say that about my writing, because it's rarely strictly true. I mostly write about the abstract 'human condition'. Certainly tinted and coloured by the things I have seen and the people I have met but my poems are usually dressed up in imagined worlds and characters.

But a piece like this cannot work in the abstract. To achieve its aims the audience has to be certain that the poet is discussing exactly what he personally packs inside his own pants, so that the invited comparison is as real as it can be. This is why the last line of the poem changes to state 'a short dick man like me'.

It is also why the poem as a whole is autobiographical. All of the stated issues relate to true events. The reality of living with a small penis is crucial to creating the liberating attitude. Yeah, sometimes it's a struggle to pee and no way do condoms fit like a glove. I have to recognise those facts in order to say, 'So fuck?' And so fuck is what I mean. These are things that effect only me and my wife. For others they're funny drunken conversations. No more no less. What matters to me is that my little guy has found a loving home. Certainly more so than many of much greater stature. I'm not sure I yet totally believe that size doesn't matter, but with my wife by my side I'm happy to make that my next obsessive mantra.



Los Angeles Times

February 18, 2015

Poet who found fame with 'Shorty' to throw 'Big Small Penis Party'

By MICHAEL SCHAUB


It's not the size of the poem, it's how you use it.
Or so British poet Ant Smith might have you believe. After the writer's long ode to his not-so-long penis, "Shorty," became a big hit, he decided to use his poem to help other men in the same rowboat. UPI reports that Smith is throwing a "Big Small Penis Party" in London, which he hopes will "prove that life's just too SHORT to be hung up on the LITTLE things."
Smith's poem "Shorty," much of which is unprintable in The Times (it can be found in its graphic, not-safe-for-work entirety here), celebrates the virtues of men with petite endowments:
"So for anyone who feels small
Let me reassure you all ...
You no longer have to let it
Be the measure of the man ..."
Smith wrote about the poem last year in The Independent, confessing: "The first time I performed the poem was horrible for me. On the journey to the venue, I blushed and reddened just thinking about what was to come. On stage, I spat the words out like bullets to a stunned room."
The "Big Small Penis Party" will feature comedians, musicians and naked poets, Smith says. It's not just restricted to men with miniature endowments -- women are welcome provided they give a donation, and men will be admitted for a cover charge of "50p [about 77 cents] per claimed phallic inch."
A website for the soiree urges would-be party-goers: "If you BELIEVE Body Shaming is evil, If you BELIEVE all men (and women!) are born equal, If you BELIEVE in a damned good night out, come join us in this celebration." (Here's a link to the party website, which includes explicit drawings).
The Big Small Penis Party will be held on March 7 at The Rhythm Factory in London. Those curious about the event should be warned: The party's website notes that the event will be filmed for a documentary, and "will contain nudity."


sábado, 12 de julho de 2014


In colonias brasilienses, vel sodomitas a Lusitanis missos in Brasiliam


Descende cœlo turbine flammeo
Armatus iras, Angele, vindices,
        Libidinum jam notus ultor
        Exitio Sodomæ impudicæ.

En rursus armis quod pereat tuis
Lustrum Gomorrhæ suscitat semulum
        Syrum propago, et exsecrandæ
        Spurcitiæ renovat palæstram.

Pars ista mundi, quam sibi propriam
Sedem dicavit mollis amœnitas
        Luxusque, sub fœdis colonis
        Servitium tolerat pudendum.

Abominandis arsit amoribus
Strigosus æstu, pauperie et fame,
        Glandis vorator, virulentum
        E raphanis redolens odorem.

Quem, rere, ponet nequitiæ modum
Frenis libido libera? et insolens
        Humanioris ferre victus
        Illecebras meliore cœlo?

O Christiani infamia nominis!
O fœda labes et nota temporum!
        O turpium turpisque causa, et
        Exitus, et pretium laborum!

Ignota rostris verrimus æquora,
Gentes quietas sollicitavimus
        Terrore belli, orbisque pacem
        Miscuimus misero tumultu.

Per ferrum et ignes et mare naufragum
Secreta rerum claustra refregimus,
        Ne deesset impuris cinædis
        Prostibulum Veneris nefandæ.

Gens illa nullos mitis in hospites,
Et ora victu assueta nefario,
        Portenta conspexit Cyclopum
        Sanguinea dape fœdiora.

Nunc Scylla sævos exsere nunc canes,
Nunc nunc Charybdis vórtice spumeo
        Convolve fluctus, et carinas
        Flagitiis gravidas resorbe.

Aut hisce tellus in patulos specus,
Ætherve flammis perde sequacibus
        Turpes colonos, Christianæ
        Dedecus opprobriumque terræ.



Contra as colônias brasileiras ou sodomitas 


Baixa do céu em rubro turbilhão 
Armado, ó Anjo, de ira vingadora, 
Punidor já conhecido da luxúria 
Na assolação da impúdica Sodoma. 

Eis que de novo (pereça ele sob tuas armas!) 
A linhagem dos Sírios ergue um alcouce 
Que Gomorra arremeda, 
E renova a academia da abominável sujeira. 

Essa parte do mundo, que a mole deleitação 
E luxúria destinaram como sua própria morada, 
Sob infames colonos suporta 
Vergonhosa servidão. 

Esmirrado co’ a canícula, a pobreza e a fome 
Abrasou‐se em amores abomináveis 
O comilão de glande, que fede ao peçonhento 
Bodum dos rábãos. 

Cuidas que porá algum freio ao desbragamento 
A sensualidade livre e solta? E nada afeita 
A sentir os amavios de uma vida mais civilizada 
Sob um céu melhor? 

Ó vergonha do nome cristão! 
Ó indigno labéu e mancha do nosso tempo! 
Ó infame causa das infâmias,  
Das canseiras prêmio e fruto infame! 

Co’ as proas singramos mares ignotos, 
Inquietamos tranquilos povos co’ o terror da guerra  
E com triste alvoroço 
Perturbamos a paz do mundo. 

Cruzando as águas procelosas, a ferro e fogo 
Quebrantamos os secretos ferrolhos da Natura, 
Para que aos impuros sodomitas não faltasse 
Um bordel de amor nefando. 

Aquele povo nada afável co’ os forasteiros 
E aquelas bocas costumadas a mantença abominável, 
Contemplou monstruosidades mais asquerosas 
Que os sanguinosos manjares dos Ciclopes. 

Agora, ó Cila, mostra agora os ferozes cães, 
Agora, Caríbdis, faz girar as vagas  
Em remoinhos de espuma, e traga as naus 
Pejadas de ignomínia. 

Ou abre‐te em largas fendas, ó terra, 
Ou, ó ar, reduz a cinza com incessantes chamas 
Os infames colonos, desdouro e opróbrio 
Da cristandade. 


Tradução do Prof. Doutor António Guimarães Pinto, da Universidade Federal do Amazonas, em "O Brasil do século XVI na poesia novilatina do escocês George Buchanan" na Revista Ágora. Estudos Clássicos em Debate 14 (2012) 243‐284 — ISSN: 0874‐5498, da Universidade de Aveiro.